domingo, 11 de março de 2012

O Grande Incêndio de 1871

Um dos maiores marcos da história de Chicago, foi sem dúvidas, o "Grande Incêndio" de 1871. Na época antecedente ao incêndio, havia sido construído em Chicago grandes quantidades de ferrovias, conectando a cidade com outras regiões do Estado, e passou a ser a quarta maior cidade dos EUA, sendo o segundo centro comercial e o principal foco da rede norte-americana de transporte. Porém, esse crescimento aconteceu de forma tão rápida que não houve um planejamento, fazendo com que a cidade ficasse extremamente congestionada e poluída.
O verão de 1871 em Chicago foi uma temporada extremamente seca, com um quarto de precipitação normal, com a média de incêndios de dois por dia. Esse cenário foi propício para a ocorrência do grande incêndio. Até hoje não se sabe ao certo o que de fato teria o ocasionado, a versão mais conhecida é que o incêndio teria sido causado por uma vaca que teria derrubado um lampião a querosene num estábulo pertencente à Catherine O’Leary, uma fazendeira irlandesa, na Rua De Koven. Como na época, Chicago era o maior depósito de madeira do mundo, suas ruas, calçadas, pontes e até as construções eram feitas utilizando esse material, o que foi um combustível, junto com os ventos secos e fortes, para que o fogo se espalhasse rapidamente para toda a região oeste de Chicago e dessa atravessasse o Rio Chicago (Chicago River) e se avançasse em direção ao centro.



Chicago in Flames - "The Rush for Lives Over Randolph Street Bright" - John R. Chapin, 1871.


O incêndio provocou a morte de trezentas pessoas, além de tornar noventa mil desabrigadas, e causar mais de duzentos milhões de dólares em danos na cidade e dizimar grande parte da área central de Chicago, porém a capacidade de produção da cidade não foi completamente destruída por que grande parte da infraestrutura e capacidade industrial da cidade já havia sido descentralizada. Além disso, a cidade contou com a ajuda do dinheiro e de fundos de investimento seguros, vinda principalmente de cidades do Oeste dos EUA, de forma que, dentro de poucos dias, a cidade já começou a se reestruturar. Inicialmente, as maiores empresas, que tinham virado ruínas, foram instaladas em galpões, o tráfego voltou a circular, boa parte do entulho foi varrido, os serviços básicos se instalaram em lugares provisórios e os destroços foram sendo removidos com carroças.


Mapa dos locais atingidos pelo incêndio em 1871

Após o incêndio, o centro da cidade passou a ser rodeado por uma ferrovia de trens urbanos, de forma que as atividades comerciais e de serviço se deslocaram ainda mais para o centro da cidade, o que fez com que essa região fosse conhecia hoje como The Loop (O Laço), berço das grandes edificações de Chicago.

O Loop de Chicago no final do século XIX.

Com a proibição do uso da madeira destinada à construção após o incêndio, a utilização de estruturas metálicas nas edificações da cidade se tornou cada vez mais constante, devido também à proliferação de siderurgias em diversas partes dos Estados Unidos. Graças a essas estruturas, aos avanços no desenvolvimento dos elevadores e dos sistemas de fundações, e à engenhosidade dos arquitetos e engenheiros da cidade, começaram a surgir os famosos arranha-céus de Chicago.

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